Relativamente ao tema, tão actual, da clonagem e da manipulação genética, ja tinha sido escrito um clássico há mais de 30 anos: Os Meninos do Brasil, publicado pelo escritor e dramaturgo norteamericano Ira Levin em 1976. Para quem não conheça, o doutor Josef Mengele (1911-1979), um nazi que efectuou experiências com crianças, em especial com gémeos, em Auschwitz, é o mau da história.
O sinistro médico passou dez anos a aperfeiçoar uma técnica conhecida por “reprodução mononuclear”, ou clonagem: “Destrói-se o núcleo de uma célula-ovo, deixando o corpo celular intacto. No interior da célula sem núcleo, coloca-se o núcleo de um corpo celular retirado do organismo que se deseja reproduzir: o núcleo de uma célula somática, não de uma sexual”.
A célula-ovo fertilizada, com 46 cromossomas, “colocada numa solução nutritiva, irá duplicar e dividir-se. Quando chegar à fase de 16 ou 32 células, o que demora quatro ou cinco dias, já se pode implantar no útero da mãe... O resultado final é um embrião que não tem pai nem mãe, mas apenas um dador do qual constitui um duplicado genético exacto.”
Tráta-se de uma descrição quase exacta da técnica utilizada pelo cientista escocês Ian Wilmut para gerar, em 1996, a célebre ovelha Dolly, um mamífero criado a partir de uma célula não-reprodutora, nesse caso, retirada da glándula mamária.
Texto basado no artigo de Luís Miguel Ariza, Super Interessante. Núm. 131. Março 2009.
Sem comentários:
Enviar um comentário