sábado, 21 de março de 2009

Existem ou não múltiplas personalidades?


Sim e não. Uma das razões pela qual a comunidade científica americana mudou o nome do distúrbio das múltiplas personalidades distúrbio dissociativo da identidade foi a de que o termo “múltiplas personalidades” evoca conceitos errados.

“Todos nascem com apenas uma
personalidade. Deste modo, não pode haver
algo como o distúrbio das múltiplas
personalidades”.

Foi decidido então que os pacientes do distúrbio em questão possuíam um problema mental maior: acreditavam na existência de
várias personalidades. O objectivo da terapia, portanto, não deveria ser a integração das várias personalidades numa única entidade, mas sim
fazer com que os pacientes depreciassem a sua crença.

Entretanto, o terapeuta Ralph B. Allison afirma que existe uma personalidade “original” que se esconde após um evento que põe a vida de uma criança em risco antes dos sete anos de idade. Desta maneira, não há “ninguém” para manifestar o DDI.
A personalidade original é a única que poderia ter este tipo de “falsa crença”, mas ela não está no controle do corpo ou participando da
vida social. Configura-se assim, uma situação onde tanto DMP (distúrbio das múltiplas personalidades) como DDI podem ser empregados, cada um em situações específicas.
A chave da diferenciação é a idade em que ocorre a primeira dissociação (ou split), sendo que o sétimo ano de idade é o limite
aproximado para a ocorrência do DMP e é o início para a manifestação do DDI. Depois dos sete anos de idade, a pessoa pode dissociar-se em outras formas mas não em dois componentes
fixos, o “eu” racional (essência) e o “eu” emocional (personalidade original).

O conceito de que a mente humana consiste em duas partes não é discutido claramente na teoria psicológica americana e
europeia. No entanto, nas línguas orientais a situação é diferente: a língua japonesa chama o “eu” racional de “risei” e o “eu” emocional de “kanjou”. A cultura oriental sempre reconheceu a constante troca de posição entre os controles emocional (kanjou) e racional
(risei).

Quando o trauma acontece após os sete anos de idade, não ocorre a dissociação do risei e do kanjou, portanto a dissociação da identidade
pode acontecer. A situação social é diferente, a criança geralmente já não está sob controle permanente dos pais e está na escola, o que significa que possui uma maior compreensão do mundo ao seu redor.





Bibliografia:
http://www.dcc.unicamp.br/~wainer/cursos/906/trabalhos/mc906_artigo_multiplas_personalidades_011738_008623.pdf

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